ESSA É A SAÚDE DO PARÁ


Há seis dias, um bebê de apenas quatro meses espera por um leito em um hospital público do Estado. A criança sofre de pneumonia e espera pela vaga no Pronto-Socorro Municipal do bairro do Marco, em Belém, onde está internado desde o último sábado. Segundo a família da criança, o Pronto-Socorro não oferece tratamento adequado para a doença pela falta de material básico e medicamento. O menino, porém, foi encaminhado por funcionários da Santa Casa de Misericórdia depois de rejeitarem o bebê, alegando falta de leito. No dia 3 deste mês, o pequeno Gabriel Fonseca veio de São João de Pirabas para uma consulta médica na Santa Casa, em Belém. Às vésperas de voltar pra casa, a mãe percebeu que a criança chorava bastante, estava com febre e tosse constante. Ao retornar para o hospital no sábado em busca de atendimento, recebeu uma notícia nada agradável. “Disseram que lá eles não atendiam emergência e também não tinha vaga. Me desesperei lá dentro. Implorei para os funcionários da recepção para que atendessem meu filho, mas só o que eles aconselharam foi pra levar pro Pronto-Socorro”, revela Eliana Fonseca, mãe do garoto. Gabriel nasceu com hidrocefalia - acumulo de um líquido dentro da cavidade craniana que aumenta a pressão sobre o cérebro e provoca um inchaço do crânio - e, segundo Eliana, a criança ficou internada desde que nasceu na Santa Casa durante três meses por que teria contraído outra doença no hospital. “Ele nunca tinha ido pra casa. Só foi depois de três meses por que adquiriu pneumonia na Santa Casa”, conta. A família de Gabriel disse à reportagem do DIÁRIO que só procurou o PSM para não deixar o menino sem atendimento. “Meu filho estava bem quando veio para a consulta e depois que fui lá, ele começou a piorar de novo”, lamenta. “Tem tantos leitos lá dentro, por que eles não liberam?”, questiona Eliana. Internado no PSM da 14, Gabriel recebe atendimento básico, mas de acordo com a própria mãe que o acompanha desde o início, “ele está no soro, tomando remédio e fazendo sessões de aerosol”. “Disseram que é um tratamento de oito dias. Mas aqui, não tem medicamento adequado e também falta material para os pacientes. Na verdade, não tem estrutura. Outro dia tivemos que fazer uma coleta entre os funcionários pra comprar água por que não tinha nada”, detalha. (Diário do Pará)

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