Foi a vez da Fenômeno Azul tomar a arquibancada

A entrada do estádio dava uma ideia do que estava por vir. Embora o borderô apontasse pouco mais de 6 mil torcedores a mais em relação ao último jogo, a agitação dava a entender que o movimento era maior. Desde cedo, anel viário no entorno do Mangueirão já se encontrava abarrotado de carros e pedestres, tornando o fluxo da movimentação mais lenta. E na torcida dava para sentir um reflexo do último jogo. Entre bicolores era comum ver torcedores com máscaras de lobisomem e homenageando a cadela Pretinha, que invadiu o último Re-Pa e causou tanta confusão. “É que o cachorro é parente do lobo. Ele entrou em campo pra espantar o Ratinho lá e anunciar que o Leão não ia sair sorrindo dessa disputa!”, dizia o feirante Manuel Diniz, 42. Já o estudante azulino Teodoro Sampaio, 28, levou uma máscara de Leão para “espantar qualquer cachorro enxerido que vier atrapalhar o jogo”.
Nas arquibancadas, era difícil apontar a olho nu quem levou mais torcedores. Os borderôs apontaram uma pequena vantagem azulina, com quase mil torcedores a mais. E durante a maior parte do jogo, com a vantagem de um gol, eles agitaram mais também. A agitação se tornou particularmente contagiante após o gol bicolor, quando as duas torcidas passaram a gritar e pular, fazendo tremer as arquibancadas do Mangueirão e dando um novo gás aos times. Mas no final ficou o empate e a festa azulina nas arquibancadas que, vendo seu time levantar a Taça Cidade de Belém pela primeira vez desde a instituição do atual formato do Parazão em 2007, aproveitou a festa para comemorar no ritmo de marchinhas de carnaval.
Pequeno azulino
A torcida azulina fez a festa, pintou o sete e coloriu de azul-marinho o final de tarde no Mangueirão e a noite por Belém adentro, com destaque para a reunião na Doca. Mas, no final, provavelmente poucos azulinos tiveram uma tarde tão emocionante quanto o pequeno João Marcelo, de 9 anos. Indo para seu primeiro jogo no Mangueirão, o jovem torcedor entrou no gramado junto com o time do Remo de mãos dadas com o meia Ratinho. “Quando eu pisei no gramado e vi aquele povo todo me olhando, fiquei muito nervoso. Parecia que eu ia derreter no meio do gramado”, comentou João.
Sua mãe Thânia comentou que, por conta da violência, não costuma levar o filho a jogos de maior movimento, mas que seu irmão havia lhe prometido que o sobrinho entraria no gramado com o time. “O João teve um final de semana campeão. Ontem, ele desfilou no carnaval com as Crias do Curro Velho e venceu, hoje entrou no gramado com Leão e venceu de novo” dizia a mãe empolgada. Perguntado se pretendia entrar mais vezes com o time em campo, João falou que “é melhor ir com calma com isso”. Mas tudo bem, a experiência já foi vencedora e inesquecível.

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