MPs querem providências contra violência no Estado

O grande salto nos números da violência no Pará, em especial envolvendo a quantidade de homicídios registrados desde 2000 - quintuplicou entre 00 e 10 e saltou em mais de 180% entre 11 e 12, de acordo com dados do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública -, fez com que o Ministério Público Federal (MPF) e do Estado (MPE) agendassem para o dia 21 uma audiência pública para qual foram convocadas todas as autoridades competentes, ao mesmo tempo em que é aberta à sociedade civil. O encontro acontece no próprio auditório do MPE, no bairro da Cidade Velha.
Para o procurador da República, Alan Mansur, é preciso que o Governo do Estado e seus parceiros tomem providências diferenciadas para diminuir os índices de homicídios cometidos no Estado. “Verifiquei que a Secretaria de Estado de Segurança Pública questionou, com razão, alguns dados do Anuário, mas que não mudam o fato mais preocupante: de que o Pará é o terceiro estado do país em números de homicídios dolosos, perde só para Alagoas e Ceará. Se falarmos em crimes que tem a morte como resultado, o Pará vai para o segundo lugar. E a média relativa de 40 homicídios por 100 mil habitantes é maior que a nacional, de 24”, analisa. “E não há nenhuma tendência efetiva de controle dessa situação”, alerta.
Ele admite que há outras questões mais amplas e que não são resolvidas somente por uma administração estadual, mas reforça que aquilo que cabe aos governos é preciso ser tomado como prioridade. “Não se pode achar que números como esses são normais, o que é de responsabilidade da sociedade e do Governo precisa ser feito. Há 20 anos o Pará não era considerado um estado violento, e o ponto em que se chegou nesse aspecto não pode ser banalizado. A mortalidade é geral em todos os municípios, Ananindeua, Marabá, Marituba. Em 2012, 3.491 pessoas foram assassinadas. É muito em um ano, é comparável a índices em países com a segurança pública em estado de descontrole, como a Venezuela, que tem o índice relativo de 44”, compara Mansur.
O procurador cita ainda que a audiência no dia 21 servirá ainda para discutir o que pode ser feito pelo MPF, MPE e outras frentes a fim de contribuir para a mudança desse panorama. “Um erro no caminho prejudica o processo como um todo. Se o inquérito policial, por exemplo, não for bem instruído, o MP, que é o titular da ação penal, não tem como apresentar a Justiça um processo que resulte na punição efetiva. Essa é uma situação que ocorre não só no Pará, é em todo o país, mas acontece que estamos acima da média nacional, e inclusive queremos saber, do Governo do Estado, durante a audiência, sobre os números da violência no ano passado”, adianta.

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