Na última semana, Belém recebeu o I
Encontro Internacional de Inovação e transferência de tecnologia da
Amazônia Oriental. Foram apresentados trabalhos de relevância social e
empresarial para empresas, gestores de inovação, pesquisadores e à
sociedade em geral.
Durante o evento, a pesquisa sobre
reutilização do resíduo do caroço de açaí foi destaque. O estudo, que
teve início na Universidade Federal do Pará (UFPA) e Museu Emílio Goeldi
(MPEG). integra a tese de doutorado do Dr. Antônio Mesquita e surgiu
ao se detectar que a fibra nunca tinha sido usada com esse propósito. “A
fibra do açaí era usada, somente, como co-geração de energia em
caldeiras. Hoje temos a aplicação dela no ecopainel, que sem dúvida
movimentará a população local com a geração de emprego e renda”, afirma o
pesquisador.
Ao final de três anos de pesquisa e
vários ensaios da fibra tanto mecânico quanto físico, o resultado é um
produto de origem ecologicamente correta, no qual foi agregado fibras de
resina do óleo de mamona. O produto, que ainda não é comercializado,
tem custo mais baixo que o MDF comum – de fibra de Eucalipto sp. Sem
contar que a descoberta simboliza uma nova utilização ao resíduo do
fruto, uma vez, que cerca de 1.200 toneladas de caroços são descartados
diariamente na região metropolitana de Belém.
O trabalho intitulado “Ecopainel de
fibra do açaí: uma inovação tecnológica para o Brasil” irá proporcionar a
formação de cooperativas de catadores de caroço de açaí, valoriza-se a
matéria prima da Amazônia e ainda se estimulará a economia com o
desenvolvimento de oportunidade de negócios sustentáveis para a
população local.
O evento concebido pela Rede de Núcleos
de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental (Rede Namor) é coordenado
pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e formado por diversas
instituições de ciência e tecnologia (ICTs) da região.
(DOL, com informações da assessoria)