Popularmente chamado de “água no pulmão”, o edema pulmonar na verdade diz respeito a uma condição clínica de “água na pleura” e não nos pulmões, como muitas pessoas pensam.
Também não é propriamente uma doença, mas sim a manifestação de diversas outras (em especial a insuficiência cardíaca), que podem gerar inundação do espaço pleural, situado junto às costelas. O líquido que se acumula na região também não é exatamente composto apenas por água, mas fluído biológico, que pode conter também pus e sangue.
Água no pulmão é perigosa
Perigosa e potencialmente grave, a água no pulmão obstrui a membrana que envolve o órgão e reduz a capacidade respiratória do paciente, abrindo portas para outras patologias como a pneumonia.
Na maioria dos casos, torna-se evidente devido a crises de falta de ar que exigem intervenção e sintomas como tosse e pontas dos dedos roxas, em virtude da restrição circulatória.
As principais ocorrências de edema pulmonar se registram em bebês recém-nascidos e idosos submetidos a cirurgia cardíaca, além de portadores de doenças como tuberculose, câncer e insuficiência renal ou hepática.
Os casos são divididos em três grupos: agudos, crônicos e de altitudes elevadas. Em todos eles há boas chances de cura quando tratados com efetividade.
O que acontece com a água no pulmão
Como já dissemos, afirmar que há “água no pulmão” não descreve com precisão o que acontece nessas circunstâncias, pois na realidade o derrame envolve a pleura e o espaço pleural, fora do órgão, não dentro dele.
A pleura é uma membrana comparável a um papel de parede e sua função é revestir internamente a caixa torácica que protege o pulmão, enquanto o espaço pleural é o vão disponível para que os movimentos respiratórios possam ser executados sem atrito com as costelas.
A pleura é composta por duas camadas, uma interna, colada ao pulmão e chamada de visceral, e outra externa, denominada parietal, ligada às estruturas anatômicas que circundam os pulmões. Elas são separadas pela cavidade pleural, em cujo interior encontra-se uma minúscula lâmina de líquido lubrificante, que evita o choque entre ambas.
Quando há uma anomalia, em geral infecciosa, no trabalho dos microvasos sanguíneos e linfáticos que irrigam a pleura, alterando sua produção, o volume então excede a capacidade do espaço e se acumula entre as duas camadas, causando o derrame.
Em condições normais, o pulmão ocupa a totalidade pleural, tanto na inspiração quanto na expiração. Durante o derrame, porém, o órgão “murcha” e fica retraído, tornando-se impossibilitado de realizar seus movimentos com amplitude plena.
É isso que acarreta falta de ar e dores, além dos demais sintomas. Assim, não basta identificar a ocorrência do transtorno, mas principalmente seu agente causal.
Sintomas
Por ser bastante sintomática, a presença de água no pulmão é relativamente fácil de ser diagnosticada.
Dentre os diversos sintomas possíveis, que surgem tanto imediatamente quanto ao longo do tempo, os principais são: ruídos respiratórios e dificuldade em puxar o ar; palidez cutânea; desconforto ao permanecer deitado; ansiedade; tosse; sensação de aperto no peito e arritmias cardíacas.
Causas
Muitas podem ser as causas que conduzem à ocorrência de água no pulmão. Dentre as possíveis, as mais comuns são: doença cardíaca ou respiratória; câncer; afogamento; inalação de gás; transfusão sanguínea; excesso de soro fisiológico na corrente sanguínea; tumores; infecção viral e cardiomiopatia.
Tratamento
A fim de evitar que mais líquido se acumule na pleura, é necessário melhorar as funções respiratórias do paciente, através de diversas ações, que passam pela retirada do fluído já presente (através de drenagem) e pela facilitação da entrada de ar.
Para tanto, pode recorrer-se a máscara ou cateter de oxigênio, medicamentos diuréticos, entubação (respiração por aparelhos), elevação torácica e interrupção do consumo de água e soro.