Quebra revelou que o Instituto recebeu R$ 34.940.522,15 entre 2011 e 2014.
Já a LILS, que pertence a Lula, recebeu cerca de R$ 21.080.216,67.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na
primeira instância, autorizou a quebra de sigilo fiscal do Instituto
Lula e da empresa LILS Palestras, que pertence ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. A informação consta no despacho que autorizou os
mandados da 24ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (4).
O presidente do Instituto, Paulo Okamoto, foi alvo de um mandado de
condução coercitiva e prestou depoimento durante a manhã. O conteúdo do
interrogatório não foi divulgado.
O Ministério Público Federal
(MPF) e a Polícia Federal (PF) encontraram indícios de que o
ex-presidente Lula recebeu vantagens indevidas, como um apartamento e
reformas em imóveis, além de doações e pagamentos por palestras via
Instituto Lula e a empresa LILS Palestras.
Lula também foi alvo de um dos mandados de condução coercitiva. O
depoimento dele foi realizado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e
durou quase quatro horas.
A quebra de sigilo revelou, segundo o MPF, que o Instituto recebeu
doações de R$ 34.940.522,15 entre 2011 e 2014, sendo que R$
20.740.000,00 foram provenientes das empresas Camargo Correa, OAS,
Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. Todas elas estão
envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Lava Jato.
Já a LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda. recebeu pagamentos
de cerca de R$ 21.080.216,67 entre 2011 e 2014. Desse total, R$ 9.920.898,56 foram provenientes das mesmas empreiteiras citadas acima.
de cerca de R$ 21.080.216,67 entre 2011 e 2014. Desse total, R$ 9.920.898,56 foram provenientes das mesmas empreiteiras citadas acima.
"Não se pode concluir pela ilicitude dessas transferências, mas é
forçoso reconhecer que tratam-se de valores vultosos para
doações e palestras, o que, no contexto do esquema criminoso da
Petrobras, gera dúvidas sobre a generosidade das aludidas empresas e
autoriza pelo menos o aprofundamento das investigações", disse o juiz.
Os investigadores da Lava Jato querem saber se os recursos vieram de
desvios da Petrobras e se foram usados de forma lícita. Parte do
dinheiro foi transferido do Instituto Lula para empresas de filhos do
ex-presidente, e o MPF apura se serviços foram de fato prestados.
A Operação Aletheia cumpriu 44 mandados judiciais em cidades de São
Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Nesta manhã, policiais contiveram várias
brigas entre manifestantes nas proximidades da residência de Lula e em
outros locais.
Investigações
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a ação foi deflagrada para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao Lula e pessoas associadas.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a ação foi deflagrada para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao Lula e pessoas associadas.
“São realmente, que nós sabemos, [empresas] que caracterizavam o núcleo
duro do cartel que dilapidou o patrimônio da Petrobras. Isso deve ser
investigado com o aprofundamento das investigações”, disse o procurador
Carlos Fernandes Santos Lima, em entrevista coletiva em Curitiba, nesta
sexta-feira.
"Os favores são muitos e são difíceis de quantificar", disse ele, sobre
relação do ex-presidente com as empreiteiras. "Não há nenhuma conclusão
no momento, mas os indicativos eram suficientes."
O Instituto Lula nega envolvimento do ex-presidente em irregularidades
apuradas na Lava Jato e diz que ele nunca cometeu qualquer ilegalidade.
http://g1.globo.com