Planalto confirmou informação na tarde desta quarta-feira; Jaques Wagner deixa a pasta e assume a chefia do gabinete
Investigado por envolvimento ilícito com empreiteiras condenadas na
Operação Lava Jato, Luiz Inácio Lula da Silva aceitou o convite de Dilma
Rousseff para integrar o governo federal após reunião realizada na
manhã desta quarta-feira (16), no Palácio da Alvorada. Em nota, a
informação de que o ex-presidente é o novo ministro da Casa Civil foi
confirmada nesta tarde pelo Planalto.
Inicialmente cotado
para substituir Ricardo Berzoini na Secretaria de Governo da
Presidência, o ex-presidente assume o posto até então ocupado por Jaques
Wagner, que agora irá comandar a chefia do gabinete.
O comunicado
divulgado pelo Planalto também informa que o cargo de ministro da
Secretaria de Aviação Civil será deixado por Guilherme Walder Mora
Ramalho e comandado pelo deputado federal Mauro Ribeiro Lopes. "A
presidente da República presta homenagem e agradecimento ao dr.
Guilherme Walder Mora Ramalho pela sua dedicação", diz a nota.
Com
o novo cargo, o ex-presidente passa a contar com foro privilegiado na
Justiça, o que impede que ele seja julgado por qualquer instância
judicial que não seja o Supremo Tribunal Federal. Assim, não cabe mais
ao juiz federal Sérgio Moro, o mesmo que autorizou a obrigatoriedade de
seu depoimento e o maior símbolo da Operação Lava Jato, o julgamento dos
supostos crimes dos quais é acusado.
A decisão vem menos de duas semanas após Lula ter se visto
no centro das investigações da força-tarefa que investiga esquema de
propina instalado dentro da Petrobras, que culminou com uma condução
coercitiva – quando o suspeito é forçado a prestar depoimento – contra
o ex-presidente à Polícia Federal.
A investigação sobre
Lula levou a um acirramento dos ânimos entre grupos defensores e
contrários ao governo Dilma. No dia da condução coercitiva, em 4 de
março, protestos se espalharam por São Paulo e Curitiba – cidade onde a
Lava Jato está concentrada – e levaram movimentos antagônicos a atos de
violência. O temor de conflitos em protestos se tornou uma realidade e
foi a tônica dos discursos de Dilma e seus ministros ao longo da semana.
Os
ânimos ficaram ainda mais acirrados na quinta-feira (10), após o
Ministério Público pedir a prisão preventiva de Lula – rejeitada pela
Justiça, que repassou a análise do pedido a Sérgio Moro. E
impulsionou os atos contra a Dilma e o PT, os maiores já realizados na
história do País, ocorridos no último domingo.
Longa negociação
A reunião, iniciada por volta das 9h, foi longa. Só após mais de sete horas de negociação direta com a presidente Dilma Rousseff, Lula optou por aceitar assumir a Casa Civil no lugar de Jaques Wagner, cargo que ocupava desde outubro passado. Ele, que deixou a reunião no Alvorada e seguiu para Salvador para celebrar o seu aniversário, irá assumir a chefia do gabinete pessoal de Dilma.
A reunião, iniciada por volta das 9h, foi longa. Só após mais de sete horas de negociação direta com a presidente Dilma Rousseff, Lula optou por aceitar assumir a Casa Civil no lugar de Jaques Wagner, cargo que ocupava desde outubro passado. Ele, que deixou a reunião no Alvorada e seguiu para Salvador para celebrar o seu aniversário, irá assumir a chefia do gabinete pessoal de Dilma.
Desde que tiveram
início os rumores sobre Lula integrar o governo Dilma, a Casa Civil foi
apontada como a principal alternativa para que o ex-presidente
integrasse o governo. O ministério de Dilma passará por uma pequena
reforma com o ingresso do maior símbolo do PT, mas ainda não são
conhecidos os detalhes das mudanças.
DúvidasLula amanheceu o dia,
depois da reunião de quatro horas e meia de ontem à noite com a
presidente Dilma Rousseff, ainda muito reticente a assumir um cargo no
Planalto. "Lula está em uma dúvida atroz. Ele está com muitas dúvidas
sérias", reconheceram interlocutores do ex-presidente. Apesar disso,
todos os integrantes do núcleo de articulação política do governo
tentavam convencê-lo para dizer "sim".
O apelo da
presidente Dilma a Lula foi "dramático", atestam fontes do Planalto. A
alegação da chefe do Poder Executivo é de que a presença do
ex-presidente na equipe seria uma espécie de "bala de prata" de sua
gestão. Também participaram da reunião os ministros da Fazenda, Nelson
Barbosa, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.
O ministro Aloizio Mercadante, da Educação,
protagonista do último problema enfrentado por Dilma por conta da
delação premiada do senador Delcidio Amaral, chegou cedo ao Alvorada,
mas não participou da mesma reunião de Dilma e Lula.
Em sua página
no Twitter, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, escreveu:
"Ministro (Jaques) Wagner, no dia do seu aniversário, mostra grandeza e
desprendimento ao deixar a Casa Civil! Lula novo ministro da pasta!"
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
Fotos: Internet