Delegados também podem entrar em greve

Se o Governo do Estado não melhorar a proposta feita à categoria ou acatar a contraproposta apresentada, é possível que os delegados também parem as atividades. Ontem a Associação dos Delegados do Estado do Pará (Adepol) informou ter enviado ao Executivo um ofício rejeitando a proposta feita aos trabalhadores em assembleia realizada na sexta-feira da semana passada - de incorporação escalonada do abono (no valor de R$ 780) ao vencimento base em três anos, com pagamento iniciando em 2014 e com aumento de 12%.

Segundo o presidente da entidade, Fernando Flávio, a oferta geraria um aumento real muito pequeno, já que os descontos de Imposto de Renda levariam boa parte desses ganhos. Uma nova assembleia acontece dia 6, sexta-feira, na sede da Associação, no bairro da Marambaia, a partir das 18h, e não está descartada a discussão sobre greve, caso a réplica do Governo não atenda as reivindicações apresentadas.

“A contraproposta que nós apresentamos inclui a permanência da gratificação paga como abono, sem a incorporação do valor no vencimento base, e um aumento escalonado em três anos. E ainda que nossa proposta seja aceita, o salário dos delegados do Estado vai estar bem abaixo da média das demais carreiras jurídicas”, acrescenta Fernando Flávio.

“É possível, sim, que se fale sobre manifestações e greve durante a assembleia de sexta-feira se o Governo não aceitar nossas reivindicações ou melhorar a proposta apresentada”, alerta.

Críticas à PM

Ele lamentou o ocorrido ao delegado geral, Rilmar Firmino, baleado em tentativa de assalto no início da madrugada. Ao afirmar que apesar de entidade não ter aderido, não é contra a greve da Polícia Civil, que está em curso desde o início da semana passada, o delegado apontou a falta de policiamento militar extensivo durante a noite como um dos fatores contribuintes para o episódio. “Na minha opinião, estamos todos sujeitos a isso, eu mesmo já fui assaltado”, acrescentou.

A justificativa para a Adepol não ter aderido à paralisação se refere justamente ao fato de a categoria estar em negociação salarial com o Governo do Estado. “Não somos contra a greve dos policiais civis, eles têm que batalhar pelos direitos deles da forma como acharem ser mais conveniente”, reforçou Flávio.

Para o delegado, os ‘buracos’ existentes no funcionamento da PM deixam toda a população à mercê dos assaltantes.

“É uma questão de prevenção, e a Polícia Militar precisava estar mais na rua. O contingente já é pouco, e quando há concurso público, muitos deles são lotados em cargos burocráticos, no Tribunal de Justiça, na Assembleia Legislativa. Quanto menor o efetivo na rua, maior a possibilidade de situações como essa acontecerem”, avaliou.

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