Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão desenvolvendo
nova molécula para tratamento da doença de Chagas. Segundo a professora
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, vinculada à
USP, Ivone Carvalho, a substância é menos tóxica e mais eficiente no
tratamento do que os medicamentos usados atualmente. “Nesses estudos,
ela mostrou uma resposta interessante. Não foi tóxica para a célula.
Teve maior atividade para matar o parasita do que o próprio fármaco”,
destacou em entrevista.
Os estudos tiveram como base a estrutura do benznidazol, remédio
utilizado no Brasil para combater o Trypanossoma cruzi, parasita
transmitido pelo inseto conhecido como barbeiro e causador da doença.
Ivone explica que a ideia é aperfeiçoar o tratamento. “Nós temos
problemas com o tratamento atual, que é antigo. O medicamento disponível
tem problemas de toxicidade, de ineficácia na fase crônica. E também
desenvolvimento de resistência ao tratamento”, explicou.
Na fase inicial, a doença tem sintomas como febre e mal-estar,
podendo ser confundidas com outras enfermidades. Caso não seja tratado
adequadamente, o paciente pode desenvolver a forma crônica da doença,
quando o Trypanossoma se hospeda nos tecidos e pode causar o crescimento
de órgãos como o coração e o esôfago.