O governador Simão Jatene transferiu, ontem e
hoje, seu gabinete para o município de Marabá, com a justificativa de
vistoriar investimentos e entregar obras. Entretanto, no primeiro dia na
cidade, o governador foi alvo de protesto. A manifestação ocorreu no
final da manhã, no momento da entrega da Escola Estadual Anísio
Teixeira, na avenida Nagib Mutran, no bairro da Cidade Nova.
Depois de muitos discursos de políticos
locais, na presença de centenas de alunos, o que parecia ser uma simples
cerimônia de inauguração, se transformou em um local tumultuado em meio
a muitas vaias e gritos de protesto dos manifestantes.
O ponto alto do protesto foi quando Simão
Jatene foi falar ao microfone. Ele foi vaiado com gritos dos alunos do
curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e também por
pessoas de caravanas de municípios vizinhos.
Quando Jatene encerrou sua fala, foi seguido
por alguns manifestantes, que empunhavam cartazes. Foi nesse momento
que o Grupamento Tático da Polícia Militar conseguiu fazer uma espécie
de cordão de isolamento.
De lá a comitiva do governador seguiu para o
Shopping Pátio Marabá para inaugurar a Estação Cidadania de Marabá, que
vai ofertar serviços de 17 órgãos públicos. No final da cerimônia,
Jatene concedeu coletiva à imprensa, mas não chegou a terminar, pois
ficou irritado com a pergunta de um repórter, que tocou no assunto do
protesto na Escola Anísio Teixeira, ocorrido poucas horas antes.
SANTARÉMEste não foi o primeiro protesto que
Jatene teve que enfrentar ao tentar inaugurar escolas no interior. Em
novembro de 2013, no município de Santarém, Jatene participou da
cerimônia de entrega oficial das obras da Escola Estadual de Ensino
Médio Rio Tapajós, mas também foi alvo de manifestação.
Estudantes que acompanhavam o discurso do
governador o interromperam e se manifestaram contra as obras,
chamando-as de “maquiagem” e lembraram vários problemas na escola, como a
falta de estrutura na quadra esportiva, além de problemas em outras
escolas estaduais da cidade.
O governador chegou a bater boca com as
alunas e fez acusações: “Minha filha, se tu destrói, não vai ter
dinheiro nunca pra fazer isso”, falou, despois virou as costas para as
estudantes. A discussão foi retomada quando o governador resolveu falar
mais uma vez sobre a falta de cuidado dos alunos com as obras do
governo. Novamente as estudantes rebateram. “Essa maquiagem não satisfaz
os alunos”, retrucou uma jovem.