"Tenho consciência da minha inocência", afirmou
Durante
seu encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e senadores
da base aliada, na manhã desta quarta-feira (9), o ex-presidente Lula
mirou sua munição contra a Operação Lava Jato. Disse que ela era uma
operação polÃtica com o objetivo de derrubar o governo. ”Eles querem o
Lula na Lava Jato. E aà inventaram o sÃtio e o apartamento. Nenhum dos
dois é meu. Já prestei os depoimentos e não me incomodo de prestar
outros. Já falei para Dilma que vou devolver na porta do Ministério
Público ou da PolÃcia Federal todos os presentes que recebi nos 180
paÃses que visitei. São presentes de grego", disparou o ex-presidente.
Renan Calheiros ressaltou a urgência do momento: “É preciso dar um cavalo de pau, demonstrar que chegaremos aos três anos. Se não for possÃvel, é preciso fazer uma transição no sistema de governo. Presidencialismo é um fábrica incontrolável de crises.”
Ante de abrir a palavra aos senadores presentes, Lula alertou: “O paÃs não pode ficar parado. Com o Congresso se movimentando, o governo volta à normalidade. O Congresso precisa voltar a ser respeitado”. O primeiro senador a falar foi Roberto Requião (PMDB-PR). Ele defendeu redução da taxa de juros e investimentos com tÃtulos do governo, e encerrou argumentando que a crise polÃtica só acaba se questão econômica for resolvida. “É economia, estúpido”, pontificou, lembrando a conhecida frase do marqueteiro do ex-presidente Bill Clinton, James Carville, que virou case de marketing eleitoral.
Lula destacou ainda, no âmbito da economia: “A roda gigante está andando para trás. PoderÃamos usar nossas reservas cambiais para obras de infraestrutura que estão paradas. Não defendo usar para custeio, mas para investimentos que gerem emprego", ponderou, resumindo: "No fundo, no fundo, o mercado quer derrubar o governo."
Renan Calheiros ressaltou a urgência do momento: “É preciso dar um cavalo de pau, demonstrar que chegaremos aos três anos. Se não for possÃvel, é preciso fazer uma transição no sistema de governo. Presidencialismo é um fábrica incontrolável de crises.”
Ante de abrir a palavra aos senadores presentes, Lula alertou: “O paÃs não pode ficar parado. Com o Congresso se movimentando, o governo volta à normalidade. O Congresso precisa voltar a ser respeitado”. O primeiro senador a falar foi Roberto Requião (PMDB-PR). Ele defendeu redução da taxa de juros e investimentos com tÃtulos do governo, e encerrou argumentando que a crise polÃtica só acaba se questão econômica for resolvida. “É economia, estúpido”, pontificou, lembrando a conhecida frase do marqueteiro do ex-presidente Bill Clinton, James Carville, que virou case de marketing eleitoral.
Lula destacou ainda, no âmbito da economia: “A roda gigante está andando para trás. PoderÃamos usar nossas reservas cambiais para obras de infraestrutura que estão paradas. Não defendo usar para custeio, mas para investimentos que gerem emprego", ponderou, resumindo: "No fundo, no fundo, o mercado quer derrubar o governo."
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O
senador Otto Alencar (PSD-BA) foi na mesma linha, afirmando que a
prioridade deve ser resolver a economia. Ele ainda antecipou: “O
impeachment não passa na Câmara e nem no Senado Federal”.
Os
parlamentares petistas defenderam que Lula assuma um ministério no
governo Dilma Rousseff para ter o fôro privilegiado e ajudar o governo,
atuando na função de um verdadeiro primeiro-ministro. A tese, um pouco
mais ampla, também é defendida pelos auxiliares diretos e pessoais de
Lula. A ideia é que ele assuma um ministério e traga Henrique Meirelles
para a Fazenda, e um outro nome de peso para o Ministério da Justiça.
Gleisi
Hoffman fez a primeira intervenção nesse sentido. “A solução é o senhor
entrar no ministério e promover as mudanças. O senhor vai ajudar muito a
nos proteger e abre perspectiva na polÃtica econômica", afirmou. Foram
na mesma linha os demais senadores do PT presentes.
O petista
Jorge Viana, primeiro vice-presidente do Senado, era o mais enfático.
Qualificou a Lava Jato de “inquisição” e avaliou que, se Lula não
aceitar ser o grande primeiro-ministro, Dilma terá sérias
dificuldades.”Esse avião vai bater na montanha”, ponderou Viana.
A
senadora Rose de Freias (PMDB-ES) criticou a escolha do ministro da
Justiça e também o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Na visão da
senadora “não teremos três semanas no paÃs como essas últimas”. Rose de
Freitas foi a mais enfática sobre a perspectiva do Impeachment: “Se ela
(Dilma) não fizer nada, o impeachment vai ganhar”.
Lula anotou
todas as observações feitas pelos senadores, mas respondeu pontualmente a
duas indagações. A primeira delas feita por Rose de Freitas, se ele
traria Meireles de volta: “Estou processando tudo isso. Vou conversar
com a Dilma outra vez ainda hoje, e depois vou decidir”.
Sobre a
hipótese de aceitar um ministério, Lula foi objetivo: “Fui convidado
meses atrás para vir para o governo. Agora não houve convite. Não me
vejo em condições de me proteger porque tenho consciência da minha
inocência. É incompatÃvel porque, em um regime presidencialista, ninguém
manda no governo. Faço qualquer coisa para que Dilma termine seu
mandato”.